quarta-feira, 11 de maio de 2016

SÃO PAULO FASHION WEEK - DESFILES, OLHAR - ÚLTIMA PARTE



E vem o último post sobre o SPFW - verão 2017. Ronaldo Fraga é um caso à parte...





Quando penso em Ronaldo Fraga, vejo um artista. Alguém que cria de dentro para fora, a partir de seus sentimentos e suas experiências. Seja viajando ou mergulhando na vida ou obra de algum artista (Cândido Portinari, Graciliano Ramos, Noel Rosa, Pina Bausch, Nara Leão, Louise Borgeois, Zuzu Angel, Arthur Bispo do Rosário, etc),   os seus temas estão sempre apoiados em fatos relevantes. O seu processo criativo é bastante intenso e pode ser observado no livro Caderno de Roupas, Memórias e Croquis (editora Cobogó).  Maravilhosamente ilustrado,  mostra referências,  memórias, conceitos, documentos, textos,  fotografias e os seus croquis. 

A sua coleção tem inspiração numa viagem que fez  à África, principalmente Moçambique, mas também traz a referência dos movimentos de refugiados de todo o mundo. Ronaldo trata a roupa como memória, porque, como refugiado, a única coisa que se tem é a própria roupa do corpo, uma lembrança, algo que lembre da onde se veio. 

A etnicidade dos tecidos e acessórios, bem como as estampas de paisagens,  remetem-nos  à uma região, um país, uma outra cultura...Estampas com barquinhos de papel  e correntes tocam, com leveza e de maneira poética, na violência de humanos contra humanos, nas crises políticas, sociais e econômicas (daqui a pouco, talvez até ambientais), que culminam nesses movimentos. 

Os croquis de Ronaldo são a sua marca registrada, cheios de vida, de bossa, de arte. Destaque para  as estampas com esses croquis. Uma coleção de roupas que mostra que somos mesmo todos um.






Fotografias retiradas do site em 11/05/2016, onde constam os créditos aos fotógrafos: http://ffw.com.br/

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