terça-feira, 29 de novembro de 2016

BEAUTY TIPS - DOMINIQUE MAISON DE BEAUTÉ





A francesa Olivia Camplez é a fundadora da Dominique Maison de Beauté, uma combinação de  concept store e spa, inaugurada recentemente em São Paulo. Ela traz mais de quinze marcas de beauté inéditas no Brasil  e procedentes de diversos países. A ambientação foi feita como se fosse uma casa e os produtos estão distribuídos nos ambientes em que seriam usados. Também conta com a linha Joële Ciocco, de tratamentos faciais, e serviço de manicure, com esmaltes orgânicos. 

A gente conversou, no post anterior,  sobre  o novo consumidor e como ele busca por valor agregado ao produto em que está comprando.  Esse é o caso da Dominique, onde a intenção é, além de vender o produto, proporcionar uma experiência (de cheiro, de aconchego, de prazer, de relaxamento...) ao seu cliente. 




sexta-feira, 25 de novembro de 2016

ID FASHION - CURITIBA - O NOVO CONSUMIDOR

 




Olá,  meus queridxs

Aconteceu ontem em Curitiba o ID FASHION, uma apresentação do cenário da moda paranaense. O local do evento não poderia ser mais inspirador, o MON - Museu Oscar Niemayer. A curadoria  foi muito apropriada na escolha das marcas e nomes participantes.

Depois de observar de tudo um pouco,  "pincei" três "tendências"(não gosto muito de usar essa palavra, mas vá lá...) que estão norteando o perfil do consumidor contemporâneo: meio ambiente e sustentabilidade; roupa além do gênero e a venda de produtos de moda associados à uma experiência diferenciada.

O mundo caminha aceleradamente e as labels que elaboram o seu produto com base nos princípios da sustentabilidade são um diferencial  de mercado e algo que o novo consumidor está procurando. Ele quer saber sobre o tecido, como e onde foi fabricado, quem costurou a roupa, quantos quilômetros de distância precisou percorrer até chegar ao consumidor, quanto de água necessitou para fabricá-lo e qual é a sua pegada de carbono, uma metodologia que mede a quantidade de emissão de gases de efeito estufa causadas, direta ou indiretamente, por uma pessoa, organização, evento  ou produto. Então, a marca que não está se conectando com essa proposta está ficando para trás, porque daqui algum tempo, esse "diferencial da sustentabilidade" será  algo normal.

A Open Studio está inserindo  esse contexto nos seus produtos: "a marca tem investido em um tricot com sobras de fios e na malha eco - feitas com garrafa pet, mas com caimento igual ao do algodão - que se decompõe em até três anos quando descartado no meio ambiente."


Outras marcas com iniciativas sustentáveis são a Reptilia, "a proposta da marca é conciliar design e qualidade com produção  ética e sustentável, novidades tecnológicas com técnicas e texturas artesanais" e, também, a marca coletiva Vale da Seda, mas essa vai ter uma postagem à parte, ok?


https://www.facebook.com/deborah.koliskivons/videos/1250382455026724/


https://www.facebook.com/deborah.koliskivons/videos/pcb.1250382715026698/1250382561693380/?type=3&theater#


Tenho observado e refletido muito  sobre a questão de gênero. Já abordei isso alguns posts atrás, falando da nova maneira de se vestir do homem contemporâneo.  Acredito que a moda está caminhando  para uma roupa além gênero, onde os indivíduos não ficam mais limitados aos padrões impostos e sejam vistos simplesmente como humanos.

A Veine traz esse conceito: "foi criada no ano passado e faz moda unissex voltada ao sportwear e ao lifestyle urbano minimalista, visando dissolver a barreira entre os gêneros. "


https://www.facebook.com/deborah.koliskivons/videos/1250381465026823/

Uma marca onde a questão de gênero não é conceitual mas que, acredito, faz uma moda além gênero é a Leveza do Ser,  na linha comfortwear, com utilização de cores básicas e modelagem ampla.





público no ID FASHION



E por fim, o novo consumidor quer ser agente, não quer mais atuar como um elemento passivo na relação de consumo .Mais do que um produto, esse cliente procura por empresas que tenham condições de fornecer experiências de compra diferenciadas.

Elyane Fiuza Luxury Bags é uma marca que tem foco nessa  experiência, pois possibilita ao consumidor a participação na escolha "de todos os materiais da sua peça (cor do couro e forro, modelo, metais, etc). A Ovelha Negra, de lingerie,  também tem essa "pegada", porque todas as suas ações tem o intuito de "reforçar a autoaceitação e incentivar a liberdade pessoal, empoderando suas clientes e procurando ajudá-las a se amarem, a cada dia, um pouquinho mais."


https://www.facebook.com/deborah.koliskivons/videos/1250381618360141/

https://www.facebook.com/deborah.koliskivons/videos/1250380891693547/


A Jacu, quando assume para si a responsabilidade total do processo de criação, inclusive a estampas ( é ela sim, da estampa super cool do papel das balas de banana), também promove uma experiência diferenciada de compra: "A confecção é orientada pela valorização do mercado nacional e desconsidera de suas referências soluções rápidas e unilaterais, ditadas pelo topo da pirâmide de consumo.  Prefere trabalhar na criação completa - da estampa ao acabamento, do computador às maõs das costureiras."


https://www.facebook.com/deborah.koliskivons/videos/1250381991693437/

Então é isso, pessoas !!!! Fiquei orgulhosa em participar de um evento  bacana como esse e com uma produção de moda local tão antenada e cheia de propósitos. É muito interessante quando a roupa vai além de um conjunto de peças bonitas e se conecta e aborda temas tão importantes para o mundo contemporâneo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

DRAPING É O NOVO CONTORNO?


Olá, queridxs,

Hoje vou de beauty tips. Tô me achando...


Draping não é uma técnica nova de maquiagem, mas agora está sendo  revitalizada. O maquiador Way Bandy foi o seu precursor, que despontou nos anos 60 e 70, aplicando-a em divas como Cher e Diana Ross.

A ideia é fazer um rosto bem marcado e iluminado, com um ar fresh. A linha de maquiagem de Marc Jacobs é a responsável por esse revival

Mulheres ageless também curtem experimentar novas técnicas de maquiagem e essa vai super bem em peles maduras. O "truque" é usar dois tons de blush da mesma cor, um mais escuro e outro mais claro, além de um iluminador.


O blush escuro  é passado abaixo das maçãs do rosto, de fora para dentro  e com um pincel chanfrado. Assim, fica mais delineado. O blush claro é aplicado em cima das maçãs do rosto, com um pincel normal para blush e fazendo  movimentos circulares, para que as camadas se misturem.

pincel chanfrado

Logo acima do osso da maçã do rosto, aplica-se um pouco de iluminador e também vai esfumando para tudo se misturar levemente e não ficar com aspecto de "sorvete napolitano", com ensina a maquiadora Vanezza Rozan, do Liceu de Maquiagem.

Eu experimentei e curti. A maquiagem está suave, como eu gosto. Usei dois tons de rosa velho, um mais fechado (abaixo das maçãs) e outro mais aberto (em cima das maçãs), além do iluminador. 

Experimenta lá e depois me conta aqui se gostou !!!!




quarta-feira, 16 de novembro de 2016

A NOVA ROUPA DO HOMEM CONTEMPORÂNEO






Olá, queridxs leitores,


Vocês sabem que eu gosto de fazer postagens em bloco, sobre  determinados temas, né? Acho que fica mais didático e menos cansativo. Não gosto de posts com textos muito grandes. Gosto de ir digerindo  e falando aos poucos sobre  o conteúdo acumulado nos meus projetos. Todavia, esse post é um pouquinho grande. Não tinha como fragmentar o conteúdo.  Peço a paciência de vocês para o lerem até o final.

 Pois bem!   Esse é o último post sobre a 42a. edição do São Paulo Fashion Week.  Dividi com vocês um pouco do que consegui absorver durante o evento. Bem, mas ainda estava faltando uma importante questão e, é claro, foi por isso que eu a deixei por último.  Agora, compartilho-a com vocês.  

Sabe o que eu mais gosto da São Paulo Fashion Week? Poder olhar  para o público que participa do evento, o que está à margem das passarelas... Para mim, isso é o mais importante e interessante.  Então, deixa eu contextualizar um pouco.

Desde 2013, quando fiz especialização em Antropologia Cultural, interesso-me  por questões relacionadas ao gênero, sobretudo porque quase sempre dizem respeito às minorias e à  violação de direitos básicos (integridade física e moral, igualdade salarial, etc).  

Na moda, o gênero também apareceu, como tendência, inicialmente  como gender bender, ou seja,  pessoas usando roupas opostas ao seu gênero biológico. Tudo ainda estava atrelado ao conceito binário, feminino/masculino.

O gênero vem reverberando na moda desde 2014, aproximadamente. Só que, com o passar do tempo,  foi assumindo uma outra faceta, flexibilizando-se e se diversificando, tornando-se no gender, fluid gender ou agender.

Agora, acredito que estamos em uma outra e nova etapa. Depois de observar horas a fio o público masculino (biologicamente falando) presente no SPFW, cheguei à conclusão de que não podemos mais olhar para a moda sob a perspectiva do gênero. Acho que estamos ultrapassando, indo além disso...vou tentar explicar.




Para dar apenas uma ideia, esses  homens (biológicos) dos quais estou falando, estavam usando  pantacourt; maxi casacos de malha tricô; camisetas compridas até um pouco acima do joelho; saias, muitas saias; bermudas com meia e sapato social;  jaquetas oversized; camisa de manga curta com o colarinho fechado; chapéu; camiseta-vestido; carteiras retangulares, tipo envelope; bolsas tamanho pequeno/médio, à tiracolo e cintura alta.

Esse tempo em que estamos vivendo está marcado pela  transição, em vários aspectos: trabalho, educação, economia, meio-ambiente, recursos naturais,  consumo, lifestyle... A mulher  novamente está indo à luta pela sua visibilidade, pela sua participação na sociedade e  pelos seus direitos.

 A grande surpresa é que o homem também está mudando e as gerações mais novas é que estão à frente dessas mudanças.
 Independente de idade e gênero, os homens estão se permitindo arrumarem-se mais. Além de roupas, acessórios e maquiagem, principalmente  olhos marcados com lápis preto, pele feita e blush.

O mundo se globalizou e  hoje, a maioria das classes sociais (inclusão digital) tem  infinitamente  mais acesso à informação e aos  hábitos e valores de outras culturas.  Se a saia para o homem é tabu no Brasil, por quê não é na Escócia?

Essa temporada foi marcada pela mudança no jeito de se vestir do homem (biológico). Obviamente, a mudança é extensiva ao seu comportamento.  Parece que estão mais à vontade, mais vulneráveis e mais lindos, podendo expressar mais a sua sensibilidade, intuição e criatividade, tendo a possibilidade de  flexibilizar ou abrir mão de um papel que também lhes foi imposto, o de "macho".  Isso implica em  uma nova identidade visual masculina. A princípio,  não quer  dizer que o homem quer se vestir como mulher (alguns querem, efetivamente). Quer dizer que ele está se apropriando de algumas coisas do "universo feminino" e  se permitindo experimentar e usar, à sua maneira. Isso cria o novo,  um visual super cool.Tem um pouco dos dândis,  estilo que  marcou a moda no começo do século passado.

 Pode ser que ele sempre tenha amado bolsas ou as unhas esmaltadas, mas se continha. No máximo, "extrapolava", de uma maneira caricata, no Carnaval. Agora, ele está se permitindo usar e começa a reconhecer as duas facetas (masculina e feminina) dentro de si, sem rótulos.

Homens, liberem-se e se libertem. Vocês são lindos e não têm que provar nada para ninguém!!!!

terça-feira, 8 de novembro de 2016

#SPFW42 - CONHEÇA 11 TENDÊNCIAS DE MODA PARA OUTONO-INVERNO 2017


Oi, gente linda!!!! Depois de acompanhar o SPFW42 aqui, na rede, e lá, no evento, selecionei onze tendências de moda que vão bombar no outono/inverno. Todas são  super tranquilas para a gente praticar no nosso cotidiano.  Deu um trabalhão danado fazer essa postagem, mas está aí. Vou contar tudo para vocês. Confere e vai para a rua antenada (o). Vem comigo!!!!



1)- CORES: rosa, azul, preto e branco

As principais cores do outono/inverno serão o azul (quase sempre o serenity), o rosa (quase sempre o quartzo) e o   preto e branco, sozinhos ou combinados. Claro que cada grife tem a sua própria pegada  e essa diversidade é muito bacana. Tem para todos os gostos.

Quem surpreendeu  foi João Pimenta porque não parece seguir tendências. Sempre cria coleções statement. Essa não foi diferente, mas ele usou o azul e o rosa. Porém, uniu essas cores ao cáqui, o que fez toda a diferença, pois "quebrou" o aspecto "candy" dessas cores. 

A Cotton Project e a Ratier também apresentaram as suas versões em azul.


JOÃO PIMENTA

COTTON PROJECT

RATIER



Também teve abundância do  rosa quartzo,  como a gente vê na  A BRAND, Jõao Pimenta, Ronaldo Fraga e Vitorino Campos.



A BRAND

JOÃO PIMENTA

RONALDO FRAGA


VITORINO CAMPOS




Eu estou amando essas duas cores, mas confesso que quase sempre  eu prefiro harmonizá-las  com  alguma peça ou acessório em um tom mais forte e cor contrastante.

O branco veio em looks monocromáticos de A La Garçonne, Animale, Lilly Sarti e Osklen. Já o  preto total foi adotado nas coleções de Glória Coelho e Osklen.


A LA GARÇONNE

ANIMALE


LILLY SARTI
OSKLEN



 
GLORIA COELHO









OSKLEN


Por outro lado, a  composição  de preto e branco é atemporal, clássica, minimalista e clean. Mostrou que se adapta fácil, pois apareceu em labels  com conceitos diversos, como Osklen, A La Garçonne, Ratier e Ronaldo Fraga.

Eu prefiro usar essa combinação com  um toque de cor: amarelo, vermelho ou verde. Pode ser apenas em um acessório.



OSKLEN

RATIER

A LA GARÇONNE

RONALDO FRAGA



2)- TECIDOS: veludo molhado e xadrez

Nos tecidos, o veludo molhado atravessou o inverno, está aparecendo no verão e continuatá no próximo outono/inverno. A Iódice  e a Ratier apresentaram total looks com o tecido, num clima comfy.



IÓDICE

RATIER


Na padronagem, o xadrez, ou tartan, deu ares na A Brand, sozinho ou em combinação com a nova estampa da marca, com o cão basset Whisky. Glória Coelho buscou inspiração na Escócia para criar a sua coleção e Vitorino Campos o usou sozinho ou combinado com outra textura, mas na mesma cartela cromática.


A BRAND

A BRAND



VITORINO CAMPOS



VITORINO CAMPOS




3)-  O "TERNINHO"


Sai um pouco do mundo corporativo e ganha novo formato e styling. Fica mais street style,  mais cool e com   bossa. Chamei de "terninho" todos os conjuntos de calça e parte de cima confeccionadas  com o mesmo tecido. Eles apareceram no formato calça+blazer, mas também em pijamas e calça+camisa.


A LA GARÇONNE


COTTON PROJECT

FERNANDA YAMAMOTO

JOÃO PIMENTA


RATIER



4)- BABADOS

Eles viram manga,  aparecem enviesados, foram utilizados  apenas como  adornos... enfim, os babados continuam a ser a bola da vez.

ANIMALE


FERNANDA YAMAMOTO

HELO ROCHA

JOÃO PIMENTA

JOÃO PIMENTA


VITORINO CAMPOS




5)- OVERSIZED

O maxi aparece em tudo.  As  calças têm modelagem ampla propositadamente, sendo que algumas lembram as dos skatistas ou alguns rappers, com "tecido sobrando".  As camisas são amplas e usadas com o punho aberto  e cobrindo o dorso das mãos. Casacos e coletes podem chegar quase até o chão.  Ombros amplos e caídos. Pouca cintura marcada. 


A BRAND

A LA GARÇONNE

A LA GARÇONNE

ANIMALE

COTTON PROJECT


COTTON PROJECT


EXPERIMENTO NOHDA


EXPERIMENTO NOHDA

EXPERIMENTO NOHDA

FERNANDA YAMAMOTO


RATIER

RATIER

VITORINO CAMPOS




6)- A  PARKA

Se fosse para eu eleger "a peça" de roupa dessa edição do SPFW, ela seria a parka. Ela vem do militarismo, mas aqui  ela foge um pouco do verde acinzentado e aparece revitalizada, tropicalizada, quase sempre oversized e em diferentes tecidos. São estampadas, com aplicações de metal ou até mesmo pintadas à mão.



A BRAND

A BRAND

A LA GARÇONNE

A LA GARÇONNE

EXPERIMENTO NOHDA

IODICE

IÓDICE

MEMO

REINALDO LOURENÇO


7)- ATHLEISURE

O tema vem da justaposição de duas palavras em inglês, atleta + lazer, e está sendo utilizado na moda para definir um estilo de se vestir. É o sportwear saindo para as ruas. As peças com visual mais esportivo podem ser misturadas com outras, de tecidos nobres e alfaiataria. Sapatos de salto alto e bijus statment também ficam bacanas na composição desse visual. 



A LA GARÇONNE

A LA GARÇONNE

A LA GARÇONNE

MEMO

MEMO

MEMO

MEMO

RATIER

RATIER




8)- TRANSPARÊNCIA - PERNAS À MOSTRA


Simplesmente, estou amando  essa tendência. Traz uma sensualidade natural,  sem ser sexy. É confortável. O corpo não precisa ficar espremido. Entende?  

A transparência geralmente é usada com uma  hot pants. Há quem diga que esse modelo de calcinha achata a silhueta. Realmente, se você for magra, alta e não tiver seios volumosos, fica muito melhor. Mas sabe o quê? Acho muito sensual e vai de cada um encontrar o modelo que  melhor se adapta  ao seu corpo.

 Se você não se sente bem com tanta transparência ou acha que já passou da idade de usar uma roupa assim, experimenta um modelo com tecido de trama um pouco mais fechada, como o modelo branco da Lollita, na foto abaixo.



EXPERIMENTO NOHDA

EXPERIMENTO NOHDA

LOLLITA

LOLLITA

PATRICIA VIEIRA

VITORINO CAMPOS

VITORINO CAMPOS



9) WANDERLUST


A expressão é derivada do alemão, caminhar+desejo, e geralmente é traduzida como desejo de viajar ou explorar o mundo. 

Vários estilistas buscaram motivação  nas suas viagens e/ou em outras culturas. A estilista Glória Coelho é apaixonada pela Escócia e se inspirou em Edimburgo e nas Highlands para criar a sua coleção. Alguns dos looks trazem uma lembrança do figurino de  Mel Gibson no filme Coração Valente. A Revista Vogue Brasil desse mês publicou uma matéria sobre o seu processo criativo.

Reinaldo Lourenço, por sua vez, juntou o urbano (alfaiataria estruturada) com o folk (estampas), também inspirado em uma viagem à Suécia.

GLÓRIA COELHO


REINALDO LOURENÇO


O start criativo de Patrícia Vieira aconteceu à partir de uma viagem à Ilha de Páscoa. Do lugar inóspito e varrido pelo vento, trouxe referências do contraste entre  beleza e dureza, trabalhando o couro, mais denso, com delicados recortes, que trouxeram leveza.



PATRICIA VIEIRA




As coleções da Iódice  e Helô Rocha tem um quê de escapismo, uma fuga da realidade e da rotina do mundo conturbado. O briefing da Iódice é uma festa em Londres, onde se encontram  algumas meninas que voltaram recentemente de umas férias na Índia. Uma aura mística e étnica dá vida às peças super confortáveis de veludo molhado e malha tricô.

O misticismo também está na coleção de Helô Rocha, com referências da espiritualidade e religiosidade de outras culturas, que está bem marcado no styling, seja nos lenços na cabeça ou no adereço na testa das modelos . 



HELO ROCHA

HELO ROCHA


IODICE



IODICE


IODICE






10)- MODA COMO  ATO POLÍTICO


Não é de hoje que a moda é utilizada para chamar  a atenção à alguma causa ou direito violado. Vivienne Westwood, que o diga. Ela vem fazendo isso desde a década de 70. Nós também começamos. Ainda bem! 

Na minha ótica, a moda se esgotou em si mesma e tem que buscar alternativas  para continuar tendo uma finalidade. Além disso, como sociedade, estamos em processo de amadurecimento  e vivenciando um período de transição, onde categorias e classes minoritárias estão batalhando pelo seu espaço.

Uma questão, que nos últimos dois ou três anos vem ganhando cada vez mais força, é o empoderamento  feminino e a visibilidade da mulher. Infelizmente ainda vivemos sob a cultura do estupro e da misoginia, que cria "vagões cor-de-rosa" (discussões sobre isso à parte)  para tentar minimizar a agressão sexual e  culpabiliza a vítima.  Que precisou criar uma lei, a Lei Maria da Penha, para proteger a mulher da violência doméstica. É, aqui ainda vigora "a lei do pau".  Vamos precisar de mais 100  anos para igualar salários entre homens e mulheres numa mesma função, segundo conclusão do relatório de Desigualdade Global de Gênero 2016 do Fórum Econômico Mundial. Pode ser que você nunca tenha passado por uma dessas situações, mas têm muitas mulheres que estão passando.  Portanto, precisamos falar, problematizar, discutir e refletir muito sobre isso.

Uma das maneiras que a moda encontrou para abordar isso foi o lettering,  traçando letras, que formam palavras e mensagens de protesto ou afirmação. É o que a gente vê, lindamente, na coleção da Just Kids.

JUST KIDS

Quem também utilizou o lettering foi a Lab, marca do Emicida e seu irmão Evandro Fióti, que nessa coleção contou com a direção criativa de João Pimenta e mostrou uma roupa mais democrática e inclusiva.

Ubuntu é um clamor de paz. Um sistema de valores adotado na África que define a interação entre os humanos. Na África do Sul está relacionado à história da luta contra o apartheid e foi  fonte de inspiração para Nelson Mandela promover a política de reconciliação nacional. No final das contas, somos todos um.



LAB



Como sempre, Ronaldo Fraga também trouxe à tona um tema de caráter social. Dessa vez, chamou à atenção para o preconceito e o conservadorismo da nossa sociedade, que ainda humilha, agride e mata. Todo o casting é de transexuais. A história que o estilista conta gira em torno de um transexual que veste pela primeira vez um vestido de mulher.


RONALDO FRAGA





11) - NO GENDER


Há um movimento na moda que pode ser identificado como agender, no gender ou fluid gender.  Em poucas palavras, seria a roupa unissex de antigamente ou, para todos os sexos. É uma expressão de liberdade para se usar que tipo de roupa quiser.

Vou encerrando por aqui e deixo as imagens falarem por si. Esse tema, que na minha perspectiva, foi o mais importante que apareceu dentro e fora da passarela do SPFWtrans42, será mais desenvolvido no próximo post: a roupa do homem contemporâneo.

 Aguardem!!!! 


JUST KIDS



JUST KIDS

JUST KIDS


VITORINO CAMPOS

VITORINO CAMPOS

VITORINO CAMPOS



LAB

LAB

OSKLEN





http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,pais-levara-100-anos-para-igualar-salario-de-homem-e-mulher,10000084408