duBALAIO: É uma marca do Balaio de Gato. Foi criada para produzir peças de roupa difíceis de garimpar. O resto da história eu vou contar daqui a pouco...
O Ju Araújo sempre gostou de brincar com panos. Também adora desenhar e está estudando moda. Ele conheceu a Lia Perini, do Balaio de Gato, e juntos mergulharam num projeto super bacana. Quem já viu um brechó criar a sua própria marca para atender a demanda de clientes em peças difíceis de garimpar? Pois é, o Balaio de Gato tem, a duBalaio, desde o final de 2015. É muito amor, né?
A demanda inicial de meninxs era por camisas mais estampadas, mais cool e agender, como explica a Lia Perini. O Ju Araújo passou a pesquisar tendências e tecidos, desenvolvendo uma linha de camisas. Acompanhou a modelagem e costura, que ficou por conta da Cia. do Ajuste. Os resíduos de tecido das camisas passaram pelo processo do upcycling, transformando-se em bolsos ou recortes de camisetas também produzidas para a marca.
No inverno produziram ponchos para meninxs, peça de vestuário tradicional da cultura gaúcha, mas muito conhecido e utilizado pelos estados do sul e países vizinhos, por conta do inverno mais rigoroso.
A demanda inicial de meninxs era por camisas mais estampadas, mais cool e agender, como explica a Lia Perini. O Ju Araújo passou a pesquisar tendências e tecidos, desenvolvendo uma linha de camisas. Acompanhou a modelagem e costura, que ficou por conta da Cia. do Ajuste. Os resíduos de tecido das camisas passaram pelo processo do upcycling, transformando-se em bolsos ou recortes de camisetas também produzidas para a marca.
No inverno produziram ponchos para meninxs, peça de vestuário tradicional da cultura gaúcha, mas muito conhecido e utilizado pelos estados do sul e países vizinhos, por conta do inverno mais rigoroso.
A próxima etapa foi a releitura dos kilts. Há uma discussão se a origem do kilt é escocesa ou irlandesa. Na Irlanda é confeccionado em tecidos lisos e não lã. Na Escócia, utilizam o padrão denominado tartã, xadrez, e a lã como tecido.
Como nós estamos falando de desconstrução ou flexibilização do gênero e de roupa agender, achei incrível a releitura proposta pelo Ju Araújo, pois subverte uma padrão dominante, algo que sempre tem que ser revisto num mundo em constante transformação, para que a sociedade não fique estagnada. O kilt, na cultura tradicional, do noroeste da Europa é uma roupa/saia utilizada por meninos. Lá, "alguém" disse que pode. Na nossa cultura, "alguém" disse que meninos não podem usar saia. Mas fica o questionamento: Quem disse que não pode? Por quê não pode? Quem tem esse poder?
O Ju Araújo utiliza o seu corpo como plataforma de manifesto e se veste como um ato político. Ele está mostrando que, todxs podem vestir o que quiserem e que isso é um exercício de liberdade, de cidadania e de civilidade.
Com esse último post, encerro as postagens do projeto Curitiba Segunda Mão. Qualquer hora a gente volta a falar sobre ele, com outros brechós, outros questionamentos, outras maneiras de se vestir e mais gente bacana como essas pessoas que acabei conhecendo nessa caminhada. A minha mais profunda gratidão aos meus colaboradores e parceiros nesse projeto: Jefe Sabatke e Cacá Brainta, do Trinca Z e Lia Perini e Ju Araújo, do Balaio de Gato.
O " x " está sendo utilizado como um neutralizador de gêneros
Deborah Vons: camisa e saia duBalaio
Ju Araújo: saia duBalaio
produção e stylist: Ju Araújo e Deborah Vons
créditos das fotografias: Michelle Serena
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