No dia em que um adolescente diz "ser normal" ter duas mães, e boa parcela da sociedade o critica, alegando "não ser normal", o que ele acha "normal" (Programa Altas Horas, de 02/04/2016), o universo da moda é sacudido pela notícia de que a Gucci irá unificar os seus desfiles masculinos e femininos, num só evento, o que deverá acontecer em 2017. Alessandro Michele, diretor criativo da marca, diz que "parece natural para mim apresentar as criações de homens e mulheres juntas. É desta maneira que eu vejo o mundo atualmente".
A moda está sempre às voltas com os fatos sociais que marcam o seu tempo. Exemplo disso é o gender bender ou além do gênero, conceito que revela uma mudança de comportamento, no sentido de vestir homens e mulheres com o mesmo tipo de roupa ou, também, usar roupas de gênero diferente ao gênero biológico.
Segundo Stuart Hall, "As transformações associadas à modernidade libertaram o indivíduo de seus apoios estáveis nas tradições e nas estruturas."
O mundo se globalizou e, com isso, transculturou-se, tornando-se maior, relativizado e com inúmeras possibilidades. As classificações sociais de idade e gênero já não comportam essas mudanças que estamos vivenciando e as categorias identitárias que existiam anteriormente, começam a não mais fazer sentido.
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Claude Cahun, autorretrato, 1928 |
Precursores desse pensamento foram Claude Cahun, Frida Khalo e David Bowie, cada um à sua época.
A marca desse nosso tempo não é de reconstrução, mas de nova construção, onde todos os segmentos da sociedade são convidados à participar. Uma oportunidade para pensar um mundo mais justo, diverso e igualitário.
http://vogue.globo.com/moda/moda-news/noticia/2016/04/gucci-vai-unificar-desfile-das-colecoes-femininas-e-masculinas.html
Hall, Stuart; A Identidade Cultural na Pós-Modernidade
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