Olá,
Quinta-feira, como acontece quase todas as semanas, eu normalmente estaria falando sobre roupas e maneiras de usá-las. Hoje, entretanto, ainda que pela perspectiva da moda, decidi trocar de assunto. É algo que interessa a todos nós, seres humanos, e é a roupa quem dá o recado...
Maria Grazia Chueiri, a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora criativa na história da Dior, no seu debut, estampou a frase "WE SHOULD ALL BE FEMINISTS"em camisetas. A imagem foi recordista de posts no Instagram e ganhou o mundo.
Com essa atitude, Maria Grazia firmou posição na label e serviu como catalisadora para um movimento na moda que preconiza o empoderamento feminino, a pauta da vez.
A frase, no entanto, é de autoria da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie e título da sua palestra apresentada num TEDx Talks, com mais de 3,4 milhões de visualizações, em 2013 e que, posteriormente, foi reproduzida em livro: Sejamos Todos Feministas, Companhia das Letras, 2014.
É muito interessante como a moda e, por conseguinte, a roupa, podem ser símbolos representativos de um ato político. Estamos vivendo um ciclo onde os paradigmas precisam e começam a ser revistos. Não é somente o "papel da mulher" na sociedade que precisa ser repensado, mas também "o papel do homem". Acredito, ainda, que não é mais possível pensar em gênero, como um sistema binário e fechado.
Separei alguns trechos do discurso de Chimamanda, que me parecem fundamentais para essa compreensão, pela sua clareza, objetividade e simplicidade:
"Quanto mais duro um homem acha que deve ser, mais fraco será o seu ego. E criamos as meninas de uma maneira bastante perniciosa, porque as ensinamos a cuidar do ego frágil do sexo masculino. Ensinamos as meninas a se encolher, a se diminuir, dizendo-lhes: "Você pode ter ambição, mas não muita. Deve almejar o sucesso, mas não muito. Senão você ameaça o homem. Se você é provedora da família, finja que não é, sobretudo em público."(...)
"Ensinamos que, nos relacionamentos, é a mulher que deve abrir mão das coisas. Criamos nossas filhas para enxergar as outras mulheres como rivais - não em questão de emprego ou realizações, o que, na minha opinião, poderia até ser bom -, mas como rivais da atenção masculina. Ensinamos as meninas que elas não podem agir como seres sexuais, do mesmo modo como agem os meninos."
Pense nisso:
- desconstruir o antigo para construir um pensamento novo, contemporâneo e coetâneo com o tempo em que estamos vivendo. Uma nova cultura e uma nova forma de ser-no-mundo, para todos os seres humanos!
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